terça-feira, 21 de abril de 2020

Cyberbullying - Recomendações para Pais e Professores

O cyberbullying é uma forma de bullying cada vez mais frequente e consiste no uso da tecnologia para assediar, ameaçar, provocar, humilhar ou embaraçar alguém (um colega de escola, professores ou desconhecidos), de forma repetitiva e intencional. Enviar mensagens cruéis, fazer um post insultando alguém, criar uma página falsa em nome de alguém ou lançar boatos sobre uma pessoa, publicar uma imagem ou um vídeo desrespeitoso nas redes sociais – tudo isto são exemplos de cyberbullying.
Se antes da pandemia o acesso excessivo à internet estava já relacionado com a prevalência do cyberbullying, o fenómeno pode intensificar-se nesta fase de isolamento. Neste sentido, é fundamental que os Pais, Cuidadores e Professores conheçam e se envolvam no mundo digital em que as crianças e jovens também vivem, para que os possam proteger de perigos, tal como já o fazem no mundo real.


Como podemos prevenir?
  • Clarifique os valores familiares fundamentais. Transmita à criança ou jovem a importância de valores como a gentileza, a empatia, a tolerância, a responsabilidade, o respeito com que todos têm o direito de ser tratados. Encoraje-o a transmitir esses valores aos amigos e colegas. 
  • Promova a resiliência. Ensine a criança ou jovem a lidar com situações problemáticas, a resistir à pressão, a superar obstáculos e a recuperar de momentos menos positivos. Em termos preventivos, esta é uma competência essencial para que: a) as vítimas de cyberbullying lidem melhor com a situação; b) as testemunhas passivas se tornem activas, intervindo e procurando terminar com comportamentos de cyberbullying; e c) o número de potenciais agressores diminua (aprendendo a lidar com as situações problemáticas, em vez de “descarregar nos outros” as suas frustrações). 
  • Promova diálogos francos e frequentes. Fale frequentemente com a criança ou jovem sobre a forma como as tecnologias são usadas, bem como sobre os efeitos positivos e negativos da sua utilização. Reforce a confiança para que a criança ou jovem se sinta à vontade para recorrer a si, se pressentir ou até se já existir algum problema. 
  • Estabeleça regras e horários de utilização das tecnologias de comunicação. Diferentes dispositivos têm diferentes funcionalidades e utilizações (e.g., PC, tablet, smartphone), por isso, será possível definir regras específicas para cada um deles, em função dos horários de aulas online, estudo e lazer. 


ALGUNS SINAIS DE ALERTA:
  • Mostrar-se aborrecido ou perturbado durante ou após a utilização do telemóvel/computador/tablet; 
  • Mostrar-se triste, ansioso, preocupado ou alheado da realidade; 
  • Fazer da sua vida digital um segredo ou tentar protegê-la a todo o custo; 
  • Minimizar “janelas” na presença do adulto, pedir ajuda para eliminar contas ou bloquear amigos; 
  • Isolar-se e evitar a família, os amigos ou as actividades habituais; 
  • Recusar assistir às aulas à distância ou participar em situações de grupo; 
  • Diminuição do rendimento escolar ou aparente aumento do número de horas de estudo, sem grandes melhorias de resultados; 
  • Mostrar-se zangado e descontrolado; 
  • Mudanças de humor, comportamento, sono ou apetite, sem justificação aparente; 
  • Parar de usar o telemóvel/computador/tablet; 
  • Mostrar-se nervoso e ansioso sempre que surge uma nova mensagem; 
  • Evitar discussões sobre o uso do telemóvel/computador/tablet. 


Fonte: Ordem dos Psicólogos Portugueses.  Excerto de PDF completo disponível em https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/covid_19_cyberbullying_pais.pdf